Homenagem a Jesse
Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão. Provérbios 17:17
– Brrrr! Como está frio aqui! – Jesse Carpenter, de 61 anos de idade, fechou seu casaco para proteger-se do vento daquele dia. Enrolou um cobertor em volta das pernas inválidas de seu amigo John Lam, e posicionou a cadeira de rodas para que o vento viesse de trás.
– É melhor você ir para o albergue hoje à noite – disse John, tremendo.
– E deixar você sozinho? – perguntou Jesse. – De jeito nenhum! Eu iria se deixassem você entrar também, mas não vão deixar. Por isso, fico aqui com você. Não se preocupe comigo.
Jesse deitou-se no chão gelado do parque em frente à Casa Branca, em Washington. Puxou um cobertor sujo sobre a cabeça e foi
dormir.
Jesse Carpenter não acordou mais. Morreu aos pés de seu amigo, que era inválido por causa do mal de Parkinson. Alguém chamou a polícia. Apareceu um repórter de jornal. A notícia de mais um homem sem lar que morria de frio nas ruas de Washington foi para o jornal naquela tarde.
Sua ex-esposa viu a reportagem e achou que ele merecia um sepultamento decente. Enviou a condecoração de Jesse para Washington. Fora dada a Jesse durante a Segunda Guerra Mundial, por ele ter carregado companheiros feridos para um local seguro, sob o fogo do inimigo.
Jesse Carpenter, herói de guerra, foi enterrado no Cemitério Nacional de Arlington, com honras militares e uma salva de 21 tiros de canhão, por sua lealdade para com os companheiros e o país. Houve alguns que acharam que Jesse foi igualmente herói por ter permanecido leal a seu amigo da cadeira de rodas.
Jesse era alcoólatra, um homem que se voltou para a bebida por incapacidade de ajustar-se à vida depois da guerra. Havia passado 22 anos nas ruas de Washington como um zé-ninguém. Passara os últimos dois anos empurrando a cadeira de rodas de John Lam pelas ruas, dormindo no parque ao lado dele porque não havia outro lugar para os dois.
Sendo Amigos
Nossa lealdade para com os amigos é testada nas experiências difíceis da vida.